Pioneira na discussão e implantação de programas no segmento de produção de biogás e biometano a partir de dejetos animais e resíduos agroindustriais, Itaipu quer ir além, difundindo o conhecimento adquirido. “É possível expandir a expertise que desenvolvemos para os três estados do Sul, junto com governos estaduais, empresas de extensão e cooperativas, de forma tal que a gente construa uma grande rede de fortalecimento e expansão da produção e uso do biogás e biometano. Itaipu e CiBiogás detêm essa expertise, é justo que a gente contribua com o desenvolvimento do Brasil e desses três estados, expandindo o conhecimento”, afirmou Herlon Goelzer de Almeida, superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, durante a abertura do Seminário sobre Energias Renováveis no Rural/Sul.
Voltado para representantes de universidades, institutos de pesquisa, cooperativas e instituições públicas e privadas de todo o Sul do País, o evento, que começou nesta terça (14) e vai até quinta-feira (16) no Hotel Confiance Centro Cívico, em Curitiba, é uma iniciativa da Itaipu Binacional, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (SEAB). A ideia é promover troca de conhecimento e discutir possíveis parcerias.
“Nosso propósito é, a partir deste seminário, constituir outros mais localizados, em parcerias com os governos dos três estados do Sul, com as empresas de extensão rural e com cooperativas agropecuárias que queiram aderir a essa visão de uso de resíduos – que transforma um passivo ambiental em um ativo energético e econômico, além melhorar a renda e as condições de vida do agricultor”, completou Herlon.
Para o consultor da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Valter Bianchini, apostar nas energias renováveis é uma das formas de se enfrentar o enorme desafio trazido pelo crescimento populacional nas próximas décadas. “Em 2030, seremos 9 bilhões de habitantes no mundo. O desafio será produzir alimentos para essa população com sustentabilidade”, disse.
Após a abertura, o painel Perspectivas das Energias Renováveis no Sul do Brasil contou com a moderação de Herlon Almeida. Eduardo Covas Barrionuevo, conselheiro da Associação Brasileira de Biogás e Biometano (Abiogás), mostrou um panorama dos investimentos feitos na área pela JMalucelli Ambiental, empresa em que é diretor. Segundo Barrionuevo, o Brasil tem um potencial de produção de 52 bilhões de metros cúbicos anuais de biogás, vindo de fontes como o agronegócio, o setor sucroalcooleiro, resíduos de alimentos, saneamento e aterros sanitários.
O diretor-presidente do Centro Internacional de Energias Renováveis–Biogás (CiBiogás), Rodrigo Regis de Almeida Galvão, lembrou da importância do agronegócio para o Sul do Brasil. O setor é responsável por 35% do PIB e 70% das exportações da região. “Acredito que a gente tem condições, no Sul do Brasil, por meio desse propulsor que é o agronegócio, de fortalecer outros setores da economia”, afirma. A produção de biogás, segundo ele, gera outras oportunidades de negócios e desenvolvimento, como a pesquisa, equipamentos, desenvolvimento de tecnologia, entre outros. “A produção de biogás é a única que transforma um passivo ambiental – os dejetos dos animais – em ativo energético”, lembra.
Ainda nesta terça, o casal de agricultores Elisabet e Gedson Vargas, de Marechal Cândido Rondon, contam aos presentes sua experiência na produção e uso de biogás em sua propriedade. Elisabet é um dos produtores que estrelaram o vídeo “Biogás, a energia que vem do campo”, produzido pela Itaipu.
Fonte: www.itaipubinacional.gov.br