Números são de um estudo que levantou o material orgânico (fezes de animais, restos de comida e resíduos da lavoura) produzidos nos municípios do Estado.
Os professores Maria Los Angeles e Sérgio Peres (foto) fizeram o inventário do Biogás em Pernambuco.
O material orgânico que está sendo jogado fora ou inaproveitado poderia gerar energia para cerca de 600 mil pessoas, aponta o Inventário da Biomassa Produtora de Biogás em Pernambuco, de autoria dos professores Sérgio Peres Ramos da Silva, da UPE, e Maria de Los Angeles Perez Fernandez, da UFPE. Eles passaram dois anos mapeando todo o potencial de biogás nos municípios pernambucanos.
No Estado, 91% dos materiais orgânicos que poderiam virar biogás são produzidos, basicamente, em três fontes: 39% são oriundos de dejetos animais; 39% das pontas e palhas de cana-de-açúcar e 13% dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). Os 9% restantes estão pulverizados em resíduos gerados pela lavoura.
“A transformação do RSU em biogás eliminaria também alguns vetores de doenças, como roedores e mosquitos. Há uma tendência das prefeituras de se organizarem para deixar de jogar o material orgânico num aterro e transformá-lo em biogás”, diz Sérgio Peres, acrescentando que a Alemanha pretende acabar com os aterros sanitários em duas décadas. “Isso diminuiria a entrada de pessoas em emergências provocadas por doenças relacionadas ao lixo. É uma questão de saúde pública e de economia”, conta Maria de Los Angeles.
Foto: Guga Mattos/JC Imagem
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