Com a exigência dos órgãos ambientais cada vez maior, as montadoras investem pesado para desenvolver motores movidos a produtos renováveis e que não poluem o meio ambiente.
A Nissan lançou mais uma novidade que mexeu com o mundo dos combustíveis veiculares. A pilha de bioetanol, apresentada na van e-NV200 e-Bio, que possui um gerador elétrico movido a célula de Combustível de Óxido Sólido (SOFC) e usa a reação de vários combustíveis, incluindo o etanol e o gás natural com o oxigênio para gerar eletricidade.
Diferentemente dos sistemas convencionais, a pilha de combustível de bioetanol usa o SOFC como a sua fonte de energia, assim alcançando maior eficiência elétrica para oferecer ao veículo uma autonomia similar a dos modelos a gasolina (mais de 600 quilometros). Mas, além dessa fonte, os automóveis contam com várias outras alternativas aos combustíveis tradicionais. Listamos algumas e suas peculiaridades.
Não são só galosina, álcool e diesel que alimentam os veículos nos dias de hoje. Eletricidade, biometano, hidrogênio e biodiesel são algumas opções para dispensar a gasolina.
Biometano
Em Itaipu está sendo desenvolvido um motor que funciona através do processo de biodigestão, de forma semelhante ao GNV. O impulso necessário para fazer funcionar o carro é feito através da combustão do metano, gás altamente inflamável. Sidney também explica como é feito esse processo. “Em um reator são colocados restos de alimentos, que na ausência de oxigênio, são consumidos por bactérias anaeróbicas que liberam gases, dentre eles o metano”. O professor alerta também para o tempo de produção do gás, “São necessários cerca de 40 dias para começar a ser produzido o biogás, que é armazenado em cilindros e colocados no carro”, comenta. Uma curiosidade sobre o biometano é que ele pode ser adquirido através das fezes de aves, como fez a sueca Scania, que lançou o primeiro ônibus movido a biometano produzido através dos excrementos de galinhas, no ano passado.
Hidrogênio
É uma fonte praticamente inesgotável. Ele pode ser usado de duas maneiras: em motores de combustão interna ou convertido em célula de combustível, funcionando como uma espécie de bateria movida a hidrogênio. O professor de engenharia da produção da Faculdade dos Guararapes, Sidney Rodrigues, explica como acontece o processo de um motor movido a hidrogênio. “A combustão acontece através de uma reação química ao injetar uma corrente elétrica em um reservatório que contenha bicarbonato com água desmineralizada”, explica. Carros movidos com motores 100% a hidrogênio ainda não são uma realidade, mas Sidney conta que, se existissem, o problema estaria na demora para dar a partida. “Leva cerca de quatro minutos para se produzir hidrogênio e o motorista teria que esperar”
Biodiesel
É um combustível obtido a partir de óleos vegetais e gordura animal. Estimulados por um catalisador, eles reagem quimicamente com álcool. Atualmente, no Brasil, embora seja difícil de encontrar, há biodiesel sendo vendido nos postos na forma de B2, 2% de biodiesel e 98% de diesel. Qualquer veículo com motor diesel pode usar o biodiesel. Algumas pessoas ainda confundem esse tipo de combustível com óleo de girassol, já que são obtidos da mesma fonte. Porém, o processo para obtenção dos dois é diferente e as finalidades também.
Eletricidade
O veículo elétrico é alimentado exclusivamente por um motor que não utiliza combustivel, ou seja, sem emissões de CO2. Uma bateria de íons de lítio, que pode ser carregada externamente, fornece a energia para o motor elétrico. Com o desenvolvimento da rede de abastecimento, os veículos elétricos estão se tornando cada vez mais populares. Dentre os benefícios dos carros movidos a eletricidade estão a redução no consumo de combustível e, consequentemente, na emissão de CO2, além da facilidade em carregar a bateria. Há ainda o sistema de recuperação da energia durante a frenagem. Essa tecnologia está presente em alguns modelos híbridos.
Fonte: Diário de Pernambuco