Um dos principais entraves ao uso de biogás como fonte de energia limpa, principalmente para abastecer populações da zona rural, é o sistema de distribuição. Como montar uma rede de tubulações especificamente para isso custa caro demais, uma das alternativas encontradas pela empresa alemã (B)Energy foi o desenvolvimento da (B)Pack, uma mochila extremamente leve, que comporta 1,2 metros cúbicos de gás – o suficiente para cozinhar por entre 3 e 4 horas).
As plantas de biogás são portáteis e podem ser instaladas em qualquer terreno. Compostas por um grande contêiner, que funciona como biodigestor, são alimentadas por restos de alimentos, estrume de animais de médio e grande porte, água de reuso, as plantas são instaladas em uma estufa para potencializar a ação do sol e da temperatura na produção do gás que é distribuído por meio das mochilas.
Abastecidas diretamente nas plantas de produção, as mochilas funcionam como um botijão: armazenadas no exterior das residências, conectam-se ao fogão e liberam o combustível conforme a necessidade de uso. Quando cheias, pesam 4,5 kg e custam 43,50 euros (preço que inclui as válvulas de conexão e as alças de transporte, o valor do gás varia de comunidade para comunidade). Como não é pressurizada, a mochila é livre de riscos de explosão.
Nas comunidades-alvo, o biogás é uma alternativa limpa às opções mais comumente utilizadas, que são altamente poluentes e oferecem riscos de saúde e segurança, como o carvão ou a lenha. A (B)Energy, que trabalha segundo o modelo de negócios sociais, ancora-se no princípio de que o trabalho social mais efetivo é o que também provê as ferramentas para que as comunidades beneficiadas possam avançar de modo independente.
Por isso, a empresa forma empreendedores locais, que passam a operar as plantas de biogás como franquiados e, assim, a renda gerada contribui para o desenvolvimento da própria comunidade em que a planta é instalada. O investimento mínimo para a instalação de uma planta é de 220 euros. A (B)pack já é utilizada no interior da Etiópia, da Tanzânia, do Quênia, do Congo e do Chile. Os dois primeiros franquiados são mulheres líderes em suas comunidades rurais. Os outros mercados-alvo são as pequenas comunidades rurais da África, da América Latina e a Ásia.
Fonte: Galileu