Kit para instalação do GNV em um carro varia de R$ 4 mil a R$ 4,5 mil.
As empresas de aplicativos de transporte como o Uber, Cabify e WillGo, caso os serviços sejam regularizados em Porto Alegre ou em outra cidade gaúcha, poderão contar com um diferencial competitivo. A Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) avalia conceder algumas vantagens para estimular os motoristas vinculados a esses grupos a adaptarem seus carros ao uso do gás natural veicular (GNV).
“Como instituição, estamos aguardando a aprovação da lei de regularização dos aplicativos para poder atuar em conjunto com essas companhias”, revela o coordenador do segmento veicular da Sulgás, Marcelo Bastos. O dirigente enfatiza que a estatal sempre desenvolveu ações para incentivar o consumo de GNV. Na época da Copa do Mundo de futebol no Brasil, por exemplo, quem recebeu um bônus foram os taxistas da Capital. Na ocasião, a distribuidora concedia o valor integral da adaptação em créditos para comprar GNV. Uma das hipóteses avaliadas agora é dar um benefício semelhante aos aplicativos de transporte. O executivo da Sulgás destaca que o perfil do motorista que usa o aplicativo é parecido com o do taxista, percorrendo diariamente muitos quilômetros. Em Porto Alegre, da frota de táxis, composta por cerca de 3,9 mil carros, Bastos estima que aproximadamente 80% já foi ajustada ao GNV.
O preço médio do metro cúbico do GNV, na primeira semana de outubro, em Porto Alegre, foi de R$ 2,75 e o do litro da gasolina foi de R$ 3,86, segundo a Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis (ANP). Bastos acrescenta que o GNV também apresenta melhor desempenho, em torno de 30% em relação à gasolina, ou seja, enquanto um automóvel faz 10 quilômetros por litro de gasolina, o veículo faria 13 quilômetros com gás. Atualmente, o custo para a instalação de um kit de GNV em um carro varia entre R$ 4 mil a R$ 4,5 mil.
Bastos comenta que as oficinas instaladoras dos kits relatam que, mesmo sem a regularização ou incentivos, há vários motoristas atuando pelos aplicativos de transporte e adequando seus carros ao emprego do gás. Desde o final do ano passado, a quantidade de veículos aptos a usar o GNV vem crescendo no Estado. Bastos aponta entre os motivos para esse efeito o encarecimento da gasolina e o aproveitamento do GNV por automóveis vinculados aos aplicativos de transporte. Em junho deste ano, o número de veículos registrados no Rio Grande do Sul adaptados ao GNV era de 62.265 (o que corresponde a cerca de 1% do total da frota gaúcha), sendo que em Porto Alegre estavam concentrados 16.410 dos veículos ajustados.
Distribuidora inicia novo ciclo de programa de certificação
A Sulgás, em parceria com o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTgás-ER), lançou nessa segunda-feira o terceiro ciclo do Programa de Certificação de Instaladoras GNV Nota 10. A iniciativa tem como objetivo atestar a qualificação das empresas, verificando procedimentos, documentação, equipamentos etc.
A medida é desenvolvida paralelamente ao registro obrigatório de responsabilidade do Inmetro, sendo uma distinção a mais para as companhias que conquistam o certificado. A participação das instaladoras é voluntária e sem custos. As empresas que atendem aos requisitos recebem um selo e os clientes também podem verificar se a companhia possuiu ou não a certificação através do site da Sulgás.
Hoje, são 29 empresas instaladoras de kits de GNV registradas no Estado pelo Inmetro. As oficinas estão localizadas nos municípios de Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo, Campo Bom, Gravataí, Cachoeirinha, Garibaldi, Guaíba, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Osório, Santa Cruz do Sul, Passo Fundo, Lajeado, São Leopoldo e Capão da Canoa. A expectativa do coordenador do segmento veicular da Sulgás, Marcelo Bastos, é que, pelo menos, metade dessas companhias, até meados do próximo ano, sejam certificadas.
Entre 2006 e 2007, o setor chegou a ter o dobro desse número de instaladoras de kits de GNV. Bastos argumenta que a redução é resultado de muitos fatores, entre os quais a presença de alguns “aventureiros”, que não tinham condições de abrir uma empresa especializada, mas tentaram aproveitar o mercado em expansão.
Fonte: Jornal do Comércio